A inteligência emocional é uma parte essencial do desenvolvimento da criança. Quando falamos em crianças emocionalmente inteligentes, referimo-nos às crianças que apresentam uma maior capacidade para reconhecer e entender as suas próprias emoções e as dos outros que a rodeiam, gerindo-as de uma forma mais adequada.
Diversos estudos têm demonstrado a relevância do desenvolvimento da inteligência e das competências emocionais nas crianças. Sabemos hoje que as competências emocionais ajudam a criança a adaptar-se melhor à escola e a obter melhores resultados escolares e a estabelecer relacionamentos mais saudáveis com os colegas e amigos. Para além de favorecerem outras áreas do desenvolvimento, estas competências também protegem a criança contra possíveis situações de dano psicológico, pela maior facilidade com que estas têm para gerir situações de tensão e para resolver problemas.
Os primeiros passos no desenvolvimento da inteligência emocional acontecem em casa, onde se criam bases sólidas para um desenvolvimento saudável. Os pais educam o filho para as emoções, ajudando-o a ter uma maior consciência emocional, a gerir e a controlar as suas emoções, a ser empático e a relacionar-se com os outros de uma forma mais adequada.
Como profissional de Saúde Mental, chegam-me frequentemente ao consultório crianças e adolescentes que carecem destas competências emocionais, que reprimem e negligenciam as suas emoções e que evidenciam sintomas clinicamente preocupantes. Educar para as emoções e estimular a inteligência emocional da criança é tão importante como o restante desenvolvimento.
Saiba cinco estratégias para estimular a inteligência emocional do seu filho:
1. Dê nome aos sentimentos
Quando a criança é pequena e ainda não detêm vocabulário emocional, é essencial verbalizar em palavras os sentimentos. Ajude-a a verbalizar com palavras o que sente, como: a alegria, a tristeza, o medo, …. A leitura de contos infantis poderá facilitar este processo de aprendizagem emocional.
2. Ajude-o a reconhecer o que se sente
Ajude a criança a identificar o que sente e torne-o um exercício diário. Dê o espaço necessário à criança para experimentar, errar e brincar com as palavras, expressar o que pensa e sente sobre o mundo. Defina um período de tempo depois do trabalho para perguntar à criança “como correu o teu dia?”, “o que aprendeste?”, “que situações gostaste mais e as que gostaste menos?”, “como te fez sentir?”.
3. Ensine-o a gerir os sentimentos negativos
Os sentimentos negativos, como a raiva e a tristeza, fazem parte do desenvolvimento emocional da criança. Ajudá-la a entender as suas emoções e a criar estratégias para as gerir torna-se essencial à medida que vai crescendo. Se uma criança fica frustrada por não ter ganho o jogo, podemos ajudá-la a entender o que a levou a sentir assim e a sugerir alternativas que a ajudem a sentir-se melhor.
4. Fale sobre os seus sentimentos
As crianças aprendem sobre o mundo por meio da imitação do comportamento dos adultos, especialmente o dos cuidadores. Falar de forma simples e calma sobre os seus sentimentos incentiva a criança a fazer o mesmo, levando-a a adquirir um melhor entendimento sobre o seu próprio estado emocional.
5. Gerir as próprias expetativas
Enquanto educadores e pais devemos ter em conta o nível e o ritmo de desenvolvimento da criança para melhor adequar as estratégias às características específicas do filho. Apresentar expetativas muito altas ou exigir demasiado da criança pode ser tão ineficaz como esperar pouco do seu desempenho ou negligenciar o seu desenvolvimento.
Nuno Gago
Psicólogo especialista em crianças e adolescentes
Podem encontrar este texto e outros no blog Entre Consultas
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